Num universo de 21,4 milhões de pacotes de onboarding digital
processados para quatro grandes bancos em 2021, a exigência de biometria
combinada (facemach) avançou em 64% na comparação com ano anterior. O levantamento se refere a dados reais, coletados pela empresa de
engenharia bancária
Flexdoc, que fornece
validação por imagem para os bancos.
Este modelo mais rigoroso de validação exige uma selfie especial do
usuário, na qual ele próprio deve aparecer segurando o documento de
identificação posicionado ao lado do rosto. Os bancos que utilizam o método, em
geral, aplicam a “prova de vida”. Trata-se de um tipo de validação em que o
solicitante envia ao menos duas selfies adicionais, tiradas na
hora, para a checagem mais detalhada com as demais imagens disponíveis.
18% de registros marcados por fraude
ou inconsistência
“No montante de 7,3 milhões de facemaches e provas de
vida coletadas em 2021, um total de 305,9 mil foram recusadas pelo sistema e
marcadas com alerta específico de fraude”, relata o analista de dados Luis
André Lima Lemos, sócio-diretor da Flexdoc.
A taxa de rejeição genérica, por sua vez (seja por tentativa de fraude
ou por baixa qualidade de imagens ou informações fornecidas pelo cliente) ficou
estável, em 18% das operações, atingindo 3,9 milhões de pacotes no ano passado.
Documento vencido costuma ser aceito
Ao lado da rejeição pura e simples, a Flexdoc detectou 2,18 milhões de
documentos com níveis de autenticação inferiores a 100%, porém passíveis de
aceitação, segundo critérios dos bancos. São peças de identificação cuja
eventual deficiência poderia ser compensada pela combinação com outros fatores
de conferência.
Entre os exemplos mais comuns, o sócio da Flexdoc aponta a incidência de
cédulas de CNH já com validade vencida, embora com todos os demais tópicos de
validação em ordem. Também há casos de documentos antigos, como cédulas de RG com a
aparência do cliente bastante defasada em relação à atual. “Mas em situações
como essa, a conduta da Flexdoc é apontar a inconsistência e deixar a aceitação
ou rejeição para as áreas de auditoria dos bancos”, prossegue o executivo.
O volume de registros individuais processados pela Flexdoc em 2021
equivale a duas vezes a população de Portugal e mostra um crescimento de 47% no
total de operações dessa plataforma de serviços para os bancos em um ano.
Uso de assinatura eletrônica
triplicou em dois anos
Outro dado anotado pela Flexdoc foi o volume de 2,7 milhões de
assinaturas eletrônicas executadas em 2021 na sua plataforma. Este número é
quase três vezes maior que o de dois anos atrás. “Existe uma corrida real em direção à rubrica digital, até porque a
coleta móvel de assinatura caligráfica (através do celular) ainda é um ponto
fraco do processo de registro digital. A assinatura digital destrava a
experiência do cliente e aumenta a segurança”, comenta Lemos.
No ano passado, a Flexdoc processou 184,7 mil cheques compensados por
captação de imagem, incluindo a conferência inteligente de assinaturas
manuais. A empresa também processou 4,7 milhões de títulos bancários e
184,7 mil operações de DOC para suas instituições clientes.