A COVID-19 pode causar problemas nos
órgãos vitais, como o coração, que leva à miocardite; e nos rins, que pode
evolui para insuficiência renal aguda, também conhecida como injúria renal
aguda. Pacientes internados por conta de
complicações do coronavírus e têm a piora no quadro estão sendo submetidos ao
tratamento de diálise contínua, como foi o caso do ator Tarcísio Meira,
falecido na última quinta-feira (12/08). Mas o que é o tratamento de diálise
contínua?
O médico nefrologista e presidente da
Fundação Pró-Rim, Dr. Marcos Alexandre Vieira explica. “O
vírus atinge, em grande parte, os pulmões, o que leva a necessidade de utilizar
a respiração mecânica. Isso pode evoluir para uma piora do paciente, seja pelo
próprio vírus ou por uma síndrome inflamatória, que leva complicações para
múltiplos órgãos. Em consequência, atinge os rins, causando injuria renal
aguda, fazendo com que o organismo do paciente pare de filtrar o sangue. O
procedimento a seguir é a terapia de substituição dos rins, podendo ser a hemodiálise ou
a diálise peritoneal”.
Segundo dados da Sociedade Brasileira
de Nefrologia (SBN), 40% dos pacientes entubados apresentam
problemas nos rins.
Vigilância deve continuar após
internação
Mesmo com a liberação do paciente da
UTI para a enfermaria, a diálise pode continuar fazendo parte do tratamento.
“As informações que temos sobre as sequelas da COVID-19 ainda são muito poucas
e recentes, por isso o acompanhamento médico é fundamental”, conclui Dr.
Marcos.
Os pacientes que necessitaram de
diálise durante a internação devem ter o acompanhamento de um nefrologista,
médico especialista do sistema urinário. “É recomendado que nos casos de
injúria renal aguda, um nefrologista avalie os primeiros trinta dias do quadro
do paciente. Se não houver a recuperação da função renal é necessário
uma investigação mais ampla para indicar o tratamento adequado”,
complementa o médico.
Insuficiência renal aguda pode ocorrer em outros casos
Além das complicações da COVID-19, o
tratamento de diálise contínua pode ser necessário em outros casos. Desidratação,
infecções graves (sepse), procedimentos cirúrgicos, uso exagerado de
anti-inflamatórios e de outros medicamentos, e quimioterapia são alguns
exemplos de fatores que podem resultar na parada súbita da função renal. “É
importante esclarecer que a diálise não vai restabelecer os rins, o tratamento
vai apenas substituir a função do órgão enquanto estes se recuperam da lesão”,
acrescenta o nefrologista.
Sobre a Pró-Rim:
A Fundação Pró-Rim foi
fundada em 1987, em Joinville (SC), pelos médicos nefrologistas Dr. José
Aluísio Vieira e Dr. Hercilio Alexandre da Luz Filho com o propósito de
oferecer um tratamento mais digno e diferenciado aos pacientes renais. É reconhecida
como referência nacional na área de nefrologia. É pioneira em transplantes
renais no Estado e sua equipe está entre as que mais realizam transplante no
país. Já ultrapassou a marca de 1.800 transplantes renais, é a primeira
instituição de nefrologia do mundo a receber a certificação internacional
Qmentum. Possui unidades de hemodiálise em Santa Catarina e Tocantins, e atende
pacientes renais crônicos de todo o Brasil (www.prorim.org.br).