A Audiba, empresa paranaense de
aparelhos auditivos, inaugura no dia 1º de fevereiro uma nova unidade em
Araucária. O movimento parte do processo de expansão da companhia, que planeja
abrir dez novas unidades nos próximos dois anos no Paraná. Com a inauguração,
serão sete lojas, sendo três nos últimos seis meses.
A nova unidade passará a oferecer
também tratamento para apneia do sono com o CPAP (Continuous Positive Airway
Pressure, ou Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas, em português), um
gerador de fluxo de ar utilizado para pacientes com diagnóstico de apneia
obstrutiva do sono. Associada ao ronco forte, a apneia contribui para o
desenvolvimento de doenças graves, como arritmia cardíaca, diabetes e até
acidente vascular cerebral (AVC). Cerca de 30% da população adulta mundial é
portadora da doença. Atualmente, as unidades do Portão e de Campo Largo já
oferecem o tratamento.
“Queremos que o nosso paciente não
precise sair da Audiba, que conosco ele tenha tanto a reabilitação auditiva
quanto o tratamento do sono”, explica Marcia Bonetti, fonoaudióloga e
responsável técnica da empresa. Com o resultado da polissonografia realizada a
pedido do médico, a Audiba faz a adaptação do CPAP para o paciente. E monitora
o sono remotamente, podendo realizar ajustes no equipamento a distância.
Tecnologia e atendimento em casa
O tratamento da apneia via CPAP se soma
ao cardápio de serviços da Audiba para o atendimento a portadores de
deficiência auditiva. A rede trabalha com soluções em tecnologia e aparelhos
auditivos em todos os níveis, desde perda de audição leve a mais profunda. A
demanda pelos atendimentos em domicílio, uma tradição da Audiba, cresceu a
partir de março do ano passado, sobretudo entre a terceira idade, devido à
pandemia do novo coronavírus.
Os aparelhos, de fabricação
internacional, são indicados após o resultado dos exames, a partir do nível de
perda auditiva detectado. O aparelho é ajustado e adaptado no próprio paciente
segundo sua necessidade. A cada 15 dias, a Audiba envia informações aos
pacientes por WhatsApp.
O trabalho de reabilitação auditiva, por
meio da adaptação com aparelhos auditivos, significa devolver qualidade de vida
ao paciente. Por isso, o conceito do atendimento da Audiba é o de tornar viável
o acesso às tecnologias disponíveis para todas as classes sociais.
”Quando trabalhamos com saúde, jamais podemos fazer distinção de quem
pode ou não voltar a ouvir”, resume Marcia.
“O atendimento é igual para todos os
pacientes, e o pós-venda é presente, a partir do trabalho de uma equipe
treinada para esse tipo de serviço. O paciente que recebe um salário-mínimo,
por exemplo, tem condições de comprar aparelho conosco, o que muitas vezes não
acontece no mercado”, aponta.
Mercado
O Brasil tem hoje 10,7 milhões de
deficientes auditivos, aponta pesquisa do Instituto Locomotiva de 2019. Deste
total, 2,3 milhões têm deficiência severa. No mundo, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), são 466 milhões de portadores de algum tipo
de deficiência auditiva.
Em 2020, a perspectiva de crescimento
do mercado de aparelhos auditivos nos Estados Unidos, maior mercado consumidor
do mundo, era de 5%. Reportagem da Bloomberg de 2018 revelou que a crescente
demanda por aparelhos auditivos em todo o planeta tornou bilionários alguns
presidentes de fabricantes de aparelhos auditivos, de empresas como Amplifon,
Starkey Hearing Technologies e Sonova Holding.
Hoje, o segmento conta com tecnologias
que envolvem inteligência artificial, ajustes de aparelhos a distância e via
smartphones, e até sensores de queda. Já existem modelos quase imperceptíveis,
que podem ser adaptados de acordo com o nível de perda auditiva do paciente.
Alguns aparelhos usam baterias de íons de lítio, semelhante às utilizadas em
aparelho celulares. Inovação está no DNA deste mercado.