Agarradinho na
mãe, o fofo filhote de Bugio-preto tem chamado a atenção de quem visita o Bioparque Zoo Pomerode.
O pequeno
completou os seus primeiros seis meses de vida e é considerado uma vitória para
a conservação da espécie, principalmente porque nos últimos anos, animais em
seus ambientes naturais sofreram com registros de morte por febre amarela,
chegando a mais de 600 casos registrados pela Diretoria de Vigilância
Epidemiológica (Dive).
“Doenças como a
febra amarela reduziram muito a população de bugios que também estão ameaçados
devido à perda de habitat por ações do ser humano como construção em áreas de
matas, agricultura, queimadas, caça, entre outros”, explica a bióloga
educadora, Jenifer Kroth.
Desde seus
primeiros momentos de vida, o pequeno Bugio-preto está sob os cuidados da mãe junto ao próprio grupo
de Bugios-pretos e com monitoramento constante da equipe de biólogos e
veterinários do Bioparque Zoo Pomerode. Sua principal fonte de alimentação é a amamentação, mas
ele já vem provando frutas, folhas e ração.
“Como o filhote
está saudável e com acolhimento da própria espécie, avaliamos seus
comportamentos com a menor interferência para que aprenda a se alimentar e
possa viver em harmonia com o grupo”, conta.
Por isso, o
pequeno e a mãe também compartilham o grande espaço com outras espécies como
Tamanduá-bandeira onde podem interagir e desenvolver seus instintos. “A
manutenção dos comportamentos naturais é fundamental para a eles e a sua
reprodução”, acrescenta Jenifer.
Programa de
conservação é fundamental para preservação da espécie
O filhotinho nasceu dentro do programa de conservação que
garante o bem-estar, oferta de habitat e atendimento ideal para aqueles que são
ameaçados. Mais de 70% dos animais que o Zoo Pomerode acolhe são vindos de
situações de risco e resgatados para preservação.
“São casos que,
se não recebessem os cuidados humanos, não sobreviveriam em vida selvagem
diante das ameaças que os impedem de buscar alimento, abrigo e a se defender”,
acrescenta. Junto ao programa de conservação a equipe do Zoo Pomerode já registrou outros cinco nascimentos entre 2015 e
2022, sendo o último registrado em junho do ano passado. Ao todo, o Bioparque acolhe oito Bugios-pretos.
E equipe do Zoo Pomerode tem mais um
motivo para comemorar já que em novembro completa um ano do nascimento do Tamanduá-bandeira, no Bioparque, espécie que também integra o programa de
conservação. O filhote, que nasceu prematuro, precisou receber atendimento 24
horas por dia pelos biólogos e veterinários em habitat isolado, já que a mãe
não deu os cuidados necessários.
No início, ele
era alimentado com mamadeira a cada duas horas, inclusive à noite e a alimentação
era feita quatro vezes ao dia. Conforme ele cresceu, aprendeu a se alimentar
sozinho e hoje, já adaptado, vive em um ambiente misto na companhia do seu pai
e algumas aves.
“O
Tamanduá-bandeira está classificado como vulnerável pela União Internacional
para a Conservação da Natureza (IUCN). Sem o programa de cuidado da espécie
infelizmente está ameaçado. Mas aqui, recebe tudo que precisa para que possa se
desenvolver de forma natural, ajudando assim a salvar essa espécie da
extinção”, explica a bióloga educadora do Bioparque Zoo Pomerode, Geórgia
Backes.
Com 91 anos de
história, é considerado o maior zoológico de Santa Catarina, tendo como
mantenedora a instituição sem fins lucrativos Fundação Hermann Weege. O local
conta com aproximadamente 900 animais de 230 espécies diferentes, sendo que 77%
destes foram resgatados de situações de risco e 23% já são nascidos sob
cuidados humanos. O Bioparque é referência
nacional no acolhimento e tratamento de animais selvagens e também na
conservação de espécies ameaçadas de extinção.