Blog Top Society - Karla Cruz

30º PRÊMIO DA MÚSICA BRASILEIRA NO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

10/06/2023    Maristela Brittes

img/topsocie_blog/12120_post_14801.jpg
O Prêmio da Música Brasileira – o mais tradicional e respeitado evento do gênero no
País – chegou ao trigésimo ano com uma série de novidades e uma cerimônia especial,
no dia 31 de maio, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com uma linda
homenagem a Alcione. Dirigida por José Maurício Machline, idealizador e fundador do
PMB, e apresentada por Felipe Neto, Lázaro Ramos e Lilian Valeska, a noite contou
com show inédito baseado no repertório da cantora e a participação de veteranos e
revelações da cena musical brasileira, com roteiro de Zélia Duncan.
A edição de 2023 marcou também o início da parceria entre Machline e a empresária
Heloisa Guarita, que inclui planos de fomento à música ao longo do ano. O 30º Prêmio
da Música Brasileira conta com o patrocínio de iFood e Santander Brasil.
Créditos Vera Donato 

img/topsocie_blog/12120_post_4982.jpg

img/topsocie_blog/12120_post_10356.jpg


img/topsocie_blog/12120_post_858.jpg


img/topsocie_blog/12120_post_10533.jpg


img/topsocie_blog/12120_post_7058.jpg


‘O Prêmio da Música Brasileira é um grande aliado para o estímulo à cultura. Com o
seu retorno agora, as oportunidades se agigantaram para apoiarmos e darmos
visibilidade a mais artistas. Tivemos um número de inscritos recorde, foram quase dez
mil artistas dos mais diferentes gêneros, de todos os cantos do Brasil’, celebra
Machline, que vê a premiação retornar após um hiato de quatro anos.
‘É incrível comprovar a relevância do Prêmio em retratar os diferentes ritmos
representados de Norte a Sul desse país. E melhor ainda é observar a presença de
grandes e consagrados artistas concorrendo com os mais novos talentos do Brasil.
Conseguimos trazer a diversidade e o momento real desse país chamado música’,
reflete Heloisa.
‘Patrocinar esse Prêmio é como firmar um pouco mais nossas raízes no país.
Acreditamos que parte da nossa missão como empresa brasileira é valorizar as
expressões culturais que encontramos num país tão plural como o nosso. Por isso nós,
do iFood, estamos orgulhosos de fazer parte do Prêmio da Música Brasileira e por
meio desse reconhecimento ajudar a desenvolver e disseminar toda a diversidade de
gêneros e artistas do nosso Brasil’, diz Regina Maia, Diretora de Comunicação do
iFood.

Uma noite para Alcione
O Theatro Municipal recebeu grandes estrelas da música brasileira para um show
inédito e exclusivo, que festejou a grande homenageada da noite: Alcione, uma das
recordistas de troféus do Prêmio da Música Brasileira, que completa cinco décadas de
carreira neste ano. O vasto e eclético repertório da Marrom serviu de inspiração para
a apresentação, que mais uma vez contou com direção geral de José Maurício
Machline. A cenografia foi de Gringo Cardia e os figurinos de Mariana Correia.
No palco, nomes de várias gerações e estilos musicais se encontraram. Foi o caso do
esperado dueto entre Maria Bethânia e Gloria Groove, que reviveu ‘O Meu Amor’, de
Chico Buarque. Ou ainda as participações de Caetano Veloso, Seu Jorge, Luedji Luna,
Marina Sena, as duplas formadas por Emicida e Fioti, Péricles e Ferrugem, Diogo
Nogueira e o grupo Inovasamba, além do inédito trio formado por Fran, Tim
Bernardes e Zé Ibarra.
Pretinho da Serrinha assinou a direção musical e os arranjos do show, acompanhado
de uma banda repleta de grandes talentos: Rodrigo Tavares (piano e teclado), Alberto
Continentino (contrabaixo), Pedro Franco (violão 7 cordas e bandolim), Davi Moraes
(guitarra), Kainã do Jêje (bateria e percussão), Thiago da Serrinha (percussão e
cavaco), Dudu Oliveira (flauta, sax soprano, sax tenor e cavaco), Eduardo Santana
(trompete e flugel horn) e o coro formado por Analimar Ventapane, Jhusara Lorenço e
Rachell Luz.
Os muitos hits de Alcione foram lembrados, celebrando a diversidade de ritmos,
gêneros e estilos que a intérprete gravou ao longo da vida. O roteiro intercalou
sucessos radiofônicos (‘Garoto Maroto’, ‘Minha Estranha Loucura’, ‘Meu Vício é
Você’, ‘Nem Morta’) com sambas que se tornaram clássicos (‘Não Deixe o Samba
Morrer’, ‘Rio Antigo’, ‘Gostoso Veneno’) na voz da cantora.
O show foi encerrado com a própria Alcione, que, para receber as flores em vida,
escolheu alguns de seus maiores sucessos, como ‘A Loba’, ‘Sufoco’, ‘O Surdo’. A
Estação Primeira de Mangueira, escola que terá a Marrom como enredo para o
Carnaval 2024, não poderia ficar de fora e a bateria da verde rosa se juntou ao DJ
Pedro Sampaio no número final, com a canção ‘Não Deixe o Samba Morrer’ e outros
sambas da estação primeira.
As novidades do Prêmio e da cerimônia
A parti dessa edição, o Prêmio da Música Brasileira passa a ter uma nova marca,
representada por uma Vitória Régia, em criação da designer Luisa Annik, filha de José
Maurício Machline que vivenciou toda a trajetória do PMB nos últimos 30 anos. Luisa
assinou também, junto com sua equipe de animadores, as vinhetas dos indicados que
serão projetadas no telão, com muitas cores e flores, em harmonia com o cenário todo
digital, criado por Gringo Cardia, cenógrafo do PMB há muitas edições.
Cada número musical contou uma flor como tema, além de diversas fotos de Alcione,
assinadas pelo renomado fotógrafo Antonio Guerreiro, falecido em 2019. E no final, a
imagem que representou a grande homenageada da noite foi cedida pela artista
plástica Beatriz Milhazes.
A Vitória Régia foi escolhida por representar a resiliência da premiação, que volta após
um hiato de quatro anos e uma pandemia no meio do caminho. O troféu passa a ter a
mesma imagem e será feito desta vez de uma resina produzida com plástico de
materiais recicláveis, em parceria com Luiz Bunheirão, que explica:
‘Quando a Luisa me fez a desafiadora proposta de criar em parceria com ela o novo
troféu para o PMB, a partir da nova marca que ela concebeu, eu sugeri fazer ele de
uma forma sustentável. Tenho uma amiga que trabalha com resíduos de plásticos
encontrados na areia da praia, a pesquisadora Maria Ignes Vasconcellos, que
participou do projeto internacional Cool Globes, sobre o aquecimento global. A partir
daí surgiu a ideia de pegar esse plástico lixo, moer até virar pó e colocar numa resina.
Com isso demos uma reutilização para esse plástico, tirando da natureza e transformar
num troféu totalmente artesanal. Depois de pronta, cada peça foi trabalhada a mão’.
A sustentabilidade também esteve presente nos figurinos, assinados por Mariana
Correia, que atua no mercado de moda e figurino há mais de 12 anos. As peças foram
pensadas em parceria com a Oficina Muda, construindo um figurino com matéria
prima descartada pelo mercado da moda brasileira, em um diálogo com cenário, com
flores e cores.
A noite contou ainda com a presença da influencer Valen Bandeira e da dupla Sara e
Nina, formado pelas cantoras-drags Sara Bemdeu e Nina Bellohombre, que foram as
anfitriãs do tapete vermelho do PMB, em transmissão pelos canais de YouTube, que
contou também com as entrevistas do DJ Zé Pedro nos bastidores e camarins do
Theatro Municipal.
Neste ano, a premiação também reafirmou os laços com a inovação e acompanhando
as imensas transformações que o mundo, a tecnologia e o mercado fonográfico
viveram nos últimos anos, com a revisão de categorias e a preocupação em gerar um
impacto social em todas as suas ações.

Todas as modificações foram debatidas e ratificadas pelo Conselho do Prêmio,
formado por Antônio Carlos Miguel, Arnaldo Antunes, Djavan, Emicida, Gilberto Gil,
João Bosco, Karol Conka, Ney Matogrosso, Wanderléa, Yamandu Costa, José
Maurício Machline e Heloisa Guarita.
Entre as novidades, o Prêmio trouxe a retirada da divisão entre Cantor / Cantora para
a entrada de Intérprete, abrangendo artistas femininos, masculinos e não-bináries. Da
mesma forma que a antiga categoria Pop / Rock / Reggae / Hip Hop / Funk passa a se
dividir em duas, Pop/Rock e Música Urbana, além de a premiação de Melhor DVD se
tornar agora Melhor Produto Audiovisual, em que podem concorrer clipes, projetos
para plataformas de vídeo, DVDs e documentários musicais.

Os indicados
A seleção dos indicados para as 31 categorias do Prêmio da Música Brasileira traçou
um panorama diverso, múltiplo e abrangente da produção musical do último ano no
país. A lista contempla artistas de todas as regiões do Brasil, com 18 estados (Alagoas,
Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais,
Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande
do Sul, São Paulo e Tocantins), representados em diversas indicações.
Em um painel muito equilibrado, apenas dois artistas acumularam três indicações:
Chico César, que circula entre as categorias Canção Popular e Pop/Rock, e a Orquestra
Sinfônica Brasileira, que dominou as indicações em Lançamento Erudito.
A lista pulverizada teve ainda 22 artistas empatados com duas indicações cada um:
Alceu Valença, Almir Sater, Anitta, Baco Exu dos Blues, Bebê Kramer, Chico Buarque,
Criolo, Diogo Nogueira, Dom Salvador, Duda Beat, Elba Ramalho, Elza Soares, Erasmo
Carlos, Fundo de Quintal, Gloria Groove, Iza, Letieres Leite, Marília Mendonça,
Martinho da Vila, Planet Hemp, Zeca Veloso e Yamandu Costa.
Após três anos de grandes perdas para a música e a cultura brasileira, também chamou
a atenção as indicações póstumas de artistas que seguiram trabalhando e criando até
o fim de suas vidas, como Elza Soares, Erasmo Carlos, Letieres Leite e Marília
Mendonça.
Compartilhe nas redes sociais:
Busque no Blog
Publicidade
Redes Sociais
Curta Nossa Página