Um dos setores mais afetados pela crise econômica
e social provocada pela pandemia, a paralisação dos eventos e feiras de
negócios tem gerado consequências negativas para uma enorme cadeia de serviços.
Certamente temos que considerar as mais de 1 milhão de vidas perdidas em todo o
mundo e o sofrimento dos seus entes queridos. Porém, estamos sem realizar
eventos profissionais há mais de dez meses e as estatísticas diárias dos
números de infectados e de mortes não decrescem. Ou seja, o vírus se propaga e
vai continuar se propagando com ou sem encontros físicos de negócios.
Perde o setor para o qual o evento é realizado -
pois dos eventos nascem negócios - e perde ainda mais a cadeia de valor de toda
a indústria de serviços relacionada. Com toda a responsabilidade e competência,
é hora de mudarmos este cenário de incerteza. Precisamos defender nossa
capacidade de organização de um evento seguro e com visitação qualificada, que
garantirá o sucesso e retorno do investimento aos expositores. Shoppings e
supermercados seguem abertos, por que os eventos estão sendo transferidos? Por
que as promotoras aceitam a proibição? Quem é profissional e conhece o valor do
seu produto não pode se apequenar.
Neste período desafiador, conseguimos ressignificar
nossa função, com criatividade e inovação. A valorização dos produtos locais,
desenvolvimento de tecnologias, como os tecidos antivirais, foco na
sustentabilidade são alguns exemplos que sugiram na indústria têxtil e de moda.
Na área de eventos, vemos como uma tendência os eventos regionalizados, que não
dependem de malha aérea, locação de automóveis, entre outros serviços. A
Febratex, por exemplo, abrange sobretudo o Polo Têxtil de Blumenau e Vale do
Itajaí, localizado em Santa Catarina, que concentra mais de 3 mil indústrias e
emprega 112 mil trabalhadores formais. Tudo isso num raio de 200 km de onde é
organizada a feira, fortalecendo o turismo regional de negócios.
O modelo híbrido de evento é outra tendência a
ser observada, aliando a presença física com o alcance do virtual. Porém, o
presencial ainda é fundamental, pela experiência completa que proporciona. As
pessoas ainda precisam ver as máquinas em funcionamento, compará-las, tocar nos
produtos, negociar com os expositores. Somos seres sociais e precisamos dos
encontros físicos para viver melhor e, na negociação comercial, o vínculo
pessoal que se cria através do presencial traz muito mais satisfação e
confiança para as partes.
Eventos fortes contribuem para a recuperação da
economia, criam oportunidades de negócios, transformam visitantes em
empreendedores. É de reforço estratégico que a economia precisa e os eventos de
negócios cumprem este papel com maestria. Esperamos que 2021 comece com mais
segurança e a certeza de que nosso setor irá voltar à posição de protagonismo
que merece.
Contribuição de: Por Giordana Madeira, Diretora Executiva do Febratex Group, de Portugal.