No cenário atípico dos últimos meses, no qual adultos e crianças foram
compelidos a ter uma vida em frente às telas para trabalhar, estudar, buscar
entretenimento e interagir com família, amigos e o mundo além de suas
residências, a visão tem sido cada vez mais exigida. Por outro lado, uma
recente pesquisa* mostrou que 34% dos brasileiros nunca foi a uma consulta
oftalmológica. Cuidar da saúde de forma preventiva ainda é algo raro para a
maior parte da população. E é por isso que os oftalmologistas alertam para a
necessidade dos cuidados com a visão, uma jornada do paciente que deve se
iniciar logo ao nascer.
Cerca de metade dos estimados 1,4 milhões de casos de cegueira em
crianças com menos 15 anos de idade no mundo poderia ter sido evitado”, comenta
o Dr. Luciano Maiochi Pereira, oftalmologista do Centro Oftalmológico Jaraguá,
empresa do Grupo Opty, com base em dados do estudo As Condições de Saúde Ocular
no Brasil (2019), do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
Aproveitando que o mês de outubro celebra as crianças, oftalmologistas
focam seus alertas a esse público e o especialista comenta alguns pontos sobre
os cuidados com a saúde ocular nos primeiros anos de vida e que não devem ser
deixados de lado mesmo em tempos de pandemia e do impasse no retorno de aulas
presenciais, uma vez que as clínicas e hospitais de olhos estão preparados para
receber seus pacientes, adequados aos rígidos protocolos de saúde e segurança
da área.
A importância do Teste do Olhinho
Ainda na maternidade, é realizado, obrigatoriamente, o Teste do Olhinho.
Trata-se do primeiro exame oftalmológico da infância. “É simples, rápido e
indolor, mas é de vital importância porque o exame pode detectar problemas
graves, que precisam de uma investigação mais específica para verificar
precocemente eventuais doenças oculares, como catarata congênita, glaucoma,
opacidades da córnea, hemorragias no vítreo e tumores intraoculares”, afirma o
oftalmologista.
Consultas na primeira infância
A primeira ida ao oftalmologista é recomendada aos seis meses de idade.
Não havendo indicação do médico que exija outra periodicidade, as consultas de
rotina devem ser anuais. Um exame oftalmológico perto dos cinco anos de vida é
especialmente importante, pois é quando a vida escolar fica mais presente. “O
aprendizado ou mesmo o desenvolvimento psicossocial pode ser impactado, se a
criança não estiver enxergando adequadamente. É comum meninos e meninas
hiperativos ou extremamente tímidos, devido a problemas refrativos não
corrigidos que atrapalham sua interação com as outras pessoas”, conta o
especialista, que recomenda não esperar até o retorno das aulas presenciais
para levar os pequenos para um check-up oftalmológico.
Já ouviu falar em “olho preguiçoso”?
A ambliopia, popularmente chamada de "olho preguiçoso", ocorre
em 2% da população infantil e é causada por estimulação visual pobre
(estrabismo, grau de óculos elevado, catarata, pálpebra caída). O tratamento
consiste na oclusão (tapa-olho) do olho bom para forçar o olho preguiçoso a
funcionar corretamente, prescrição de óculos quando necessário ou cirurgia nas
ocorrências de catarata ou pálpebra caída. “A ambliopia pode ocorrer do
nascimento até os 8 anos de idade. Quanto mais precoce aparecer, mais grave é o
caso, daí a importância do diagnóstico precoce”, informa o oftalmologista.
Sinais de que a saúde ocular precisa de atenção
É recomendado procurar um oftalmologista, se a criança:
· Aperta
os olhos ou entorta a cabeça na hora de ler ou assistir televisão. O ato
significa que ela está forçando os olhos a enxergar com mais nitidez, já que ao
apertá-los, criamos uma fenda menor nas pálpebras, eliminando os raios
periféricos e concentrando somente os raios centrais da visão.
· Sente
dores de cabeça frequentes. Nesse caso, mais do que um problema de visão, se
seu filho passa horas em frente ao computador ou videogame, ele provavelmente
apresentará vista cansada.
· Se
aproxima muito dos objetos e imagens que quer ver para poder enxergá-los
melhor. Se a criança tem dificuldade em reconhecer pessoas e até tropeça em
objetos enquanto anda, pode ser que ela tenha miopia.
· Seu
nível de rendimento escolar cai. Lembre-se que a visão é responsável por 70% do
nosso contato com o mundo exterior, portanto, se a criança apresenta alguma
dificuldade para enxergar, é natural que seu aprendizado seja comprometido, já
que ela não reconhece formas e letras.
· Os
olhos lacrimejam frequentemente. As causas podem variar desde conjuntivites
alérgicas ou virais, que são facilmente tratadas e em pouco tempo se resolvem
espontaneamente, até problemas na formação do canal lacrimal, que não se
desenvolveu adequadamente durante a gestação.
Cenário de exceção
Com as crianças passando muito tempo em frente às telas nos últimos
meses, é muito comum os familiares pensarem que o único problema nesse
comportamento é a luz do celular, ou mexer no celular em um ambiente escuro,
mas a maior vilã é a distância de uso. “Para enxergarmos bem de perto, temos um
músculo dentro do olho que é responsável por focar as imagens. Quando usamos
muito a visão de perto, nossa visão pode ficar temporariamente borrada e os
músculos podem se cansar, levando à dor de cabeça”, comenta o oftalmologista.
Ele também aponta que o uso de telas nos faz piscar menos e, dessa maneira,
podemos ter olhos secos e irritados. “Um outro tópico importante é o aumento da
incidência de miopia em crianças pequenas e a progressão mais rápida do grau
associada ao excesso de atividades para perto. Isso sem contar as alterações
oftalmológicas, o excesso de uso de telas pode ser responsável por alterações
no comportamento e no ciclo do sono”, conclui.
Esclarecido esses pontos, o oftalmologista elenca algumas dicas:
· Estipular
tempo limite de uso de telas, de acordo com a idade. A recomendação médica é:
até 2 anos, não pode usar telas; 2 - 5 anos, até 1 hora; 6 - 10 anos, até 2
horas; acima 11 anos, até 3 horas.
· Propor
atividades de lazer que possam substituir o tempo usado no celular.
· Estimular
pausas rápidas olhando para o horizonte a cada 20 minutos de tela.
· Nas
aulas on-line, se possível, dar preferência para computador e não celular.
· Ajudar
a criança a manter a distância correta ao usar eletrônicos. Computador e
tablet: 60 cm de distância. Celular: 30 a 40 cm de distância.
· Se
a criança usa celular para assistir vídeos ou filmes, que tal espelhar a tela
do celular na televisão, aumentando, assim, o distanciamento da tela?
· Não
usar eletrônicos 1 hora antes de dormir.
· Quando
possível e com a segurança exigida, passar algum tempo ao ar livre com
exposição à luz natural.
* Pesquisa realizada pelo Ibope, sob encomenda da Alcon e apoio do
Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
Sobre o Opty
O Grupo Opty nasceu em abril de 2016, a partir da união de médicos
oftalmologistas apoiados pelo Pátria Investimentos, que deu origem a um negócio
pioneiro no setor oftalmológico do Brasil. O grupo aplica um novo modelo de
gestão associativa que permite ampliar o poder de negociação, o ganho em
escala e o acesso às tecnologias de alto custo, preservando a prática da
oftalmologia humanizada e oferecendo tratamentos e serviços de última geração
em diferentes regiões do País. No formato, o médico mantém sua
participação nas decisões estratégicas, mantendo o foco no exercício da
medicina.
Atualmente, o Grupo Opty é o maior grupo de oftalmologia da América
Latina, agregando 21 empresas oftalmológicas, 1600 colaboradores e mais de
600 médicos oftalmologistas. O Instituto de Olhos Freitas (BA), o DayHORC
(BA), o Instituto de Olhos Villas (BA), a Oftalmoclin (BA), o Hospital
Oftalmológico de Brasília (DF), o Hospital de Olhos INOB (DF), o Hospital de
Olhos do Gama (DF), o Centro Oftalmológico Dr. Vis (DF), o Hospital de Olhos
Santa Luzia (AL), o Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem (SC), o Centro
Oftalmológico Jaraguá do Sul (SC), a Clínica Visão (SC), o HCLOE (SP), a Visclin
Oftalmologia (SP), o Eye Center (RJ), Clínica de Olhos Downtown (RJ) e COSC
(RJ), Lúmmen Oftalmologia (RJ), Hospital de Olhos do Meier (RJ), Hospital
Oftalmológico da Barra (RJ) e o Oftalmax Hospital de Olhos (PE) fazem parte dos
associados, resultando em 44 unidades de atendimento. Visite www.opty.com.br.