Quando se fala em vinho, o astro
principal é a uva. Por conta disso, muita gente acredita que a bebida, por si
só, é um produto vegano.
Mas a realidade é que nem todos os
vinhos podem ser incluídos nesta classificação, pois existem diferenças entre a
bebida comum e a que pode receber o selo de vegana.
A principal diferença está no
processo da vinificação. Ao longo do processo de produção, o vinho passa por
uma etapa chamada de clarificação, que consiste em deixar a bebida mais pura, intensificando a coloração e o brilho, além de retirar resíduos que ficam no
líquido.
Alguns dos produtos utilizados
para a clarificação levam insumos de origem animal, como albumina (da clara de
ovo), caseína (da proteína do leite) ou cola de peixe. Dessa forma, o vinho
acaba deixando de ser um produto exclusivamente vegetal.
O que faz um vinho ser vegano?
Para que o vinho possa ser
considerado vegano o produtor precisa adequar os processos e insumos
utilizados. Na clarificação, por exemplo, pode-se utilizar a bentonita, um tipo
de argila que filtra as impurezas da bebida sem a utilização de produtos de
origem animal.
O sommelier da Enoteca Decanter
Tiago Locatelli explica que além da bentonita para a filtragem, podem ser
usadas também outras proteínas de origem vegetal durante a produção, pois
alguns processos exigem uma proteína para a estabilização do vinho.
“Outro aspecto importante é que os
vinhos certificados veganos não podem usar animais para trabalhos na lavoura, o
que é comum em algumas regiões”, ressalta, destacando que para que um vinho
seja considerado vegano não pode haver uso ou exploração animal de nenhum tipo
ao longo de toda a cadeia produtiva.
Como identificar um vinho vegano?
Alguns vinhos possuem selos ou
avisos no rótulo de que seus produtos são veganos. Porém, muitas vezes é
difícil encontrar esse tipo de identificação porque, apesar dos insumos animais
fazerem parte do processo de clarificação do vinho, esse material, chamado de
agente coagulante, é descartado com os resíduos filtrados. Dessa forma, ele não
está presente na composição final do produto.
Alguns vinhos possuem informações
como “não filtrado”, “não
afinado” ou “método de auto clarificação natural”. Esses termos indicam que nenhum componente
externo foi usado no processo de clarificação ou que esse processo não foi
realizado.
Outra saída é procurar a página
institucional da empresa produtora e pesquisar ali por informações do processo
de produção do vinho. É o caso da Enoteca Decanter, que traz informações
detalhadas sobre as bebidas e, no site, permite a busca tipos de vinhos
específicos, incluindo os veganos.
Vinhos veganos disponíveis no
Brasil
Clássico Cabernet de Colchágua, no
Chile, com perfil maduro no nariz, frutas negras em calda, cassis, menta e
especiarias. Tem bom corpo, voltado para a fruta, com textura macia, volume e
equilíbrio. Harmoniza finamente com costeletas de porco assadas na brasa, filé
mignon com molho de champignon e vinho tinto e guisados de boi com legumes.
Um exótico branco produzido pelo
renomado Alain Brumont, tem cor limão com reflexos esverdeados. O caráter do
Sauvignon domina o olfato com cítricos, maracujá e funcho, enquanto o Gros
Manseng garante em boca equilíbrio, comprimento e energia.Para harmonizar,
aposte em pratos frescos e leves, como o ravióli de espinafre salteado na
manteiga de sálvia fresca, salada de folhas nobres com queijo boursin ou a
clássica Quiche Lorraine.
Um rosé de Malbec com pequena dose
de Torrontés para conferir frescor a notas florais. Exibe aromas de cerejas
ácidas, marmelo, ervas e flores brancas. Na boca é delicioso, fresco, vibrante,
com ótima intensidade de fruta que permanece no final suculento. É a bebida
perfeita para um aperitivo, para ser degustada com canapés e entradas leves,
culinária japonesa - sushi, sashimi e tempura - e lulas a dorê.
Além destes rótulos, outras opções
estão disponíveis no site
www.decanter.com.br para os amantes de vinho veganos ou mesmo
para quem tem curiosidade em experimentar novos sabores.