O mercado
de tecnologia passa por movimentações nas contratações, mas o interessante é
que o segmento segue aquecido no Brasil. A Gateware, empresa de TI que aplica
políticas inclusivas para diversidade, busca 65 diferentes habilidades de
desenvolvedores, SAP, gestores de projetos (PMOs), gestores de mudança (GMOs),
entre outras colocações. Para Joinville, polo industrial catarinense, são 15
posições nos cargos de PMOs e GMOs, o que mostra a consolidação da expansão da
empresa no estado.
E, no mês
da consciência negra, destaca-se justamente o empenho pró diversidade, num dos
segmentos mais concorridos e promissores do mercado. Por isso, o momento da
contratação é tão especial.
“Temos
ações internas constantes e cuidado com as pessoas na empresa, com uma rotina
já estabelecida para a diversidade. Temos vagas específicas em alguns clientes
e estamos sempre ampliando o leque dessas contratações”, informa Karla Silva,
gerente de RH da Gateware.
Para
corresponder à promoção da equidade, é fundamental contar com um time de
recrutamento antenado às tendências sociais. Nessa linha, essa é a equipe que
capta o interesse dos diferentes públicos, o que requer sensibilidade.
A
colaboradora da Gateware Thaiane Santos trabalha no núcleo de Pessoas & Cultura,
cargo em que é responsável pelo onboarding (acolhimento) das novas
colaboradoras e colaboradores e pela comunicação interna. Conhecida pelo
carisma, ela é a pessoa que faz o acolhimento dos entrantes, colocando em
prática o Código de Conduta, cujo um dos pontos é como tratar e respeitar as
outras pessoas. Thaiane já recebeu uma medalha de destaque pelo
profissionalismo e dedicação.
“Nossa
atuação é pautada pela liberdade e autonomia. O mais legal é o fato de ser
protagonista da minha história e contar com uma gestão que vê o meu trabalho e
esforço. Sou bem realizada no que faço”, relata.
Karla Silva
ressalta que por meio de pessoas orientadas na direção certa, é possível
desenvolver uma expertise baseada no respeito especialmente na conversa com as pessoas.
“Buscamos promover um ambiente que faça as pessoas evoluírem, ultrapassando o
problema do racismo”, destaca a gerente.
Linguagem
acolhedora demonstra conexão social da empresa
O interesse
da empresa na diversidade racial, por exemplo, é um dos eixos trabalhados na
plataforma de desenvolvimento corporativo da Gateware, o que torna esse
objetivo um conhecimento de todas as colaboradoras e colaboradores – são
treinamentos e palestras focados em temas relevantes para a empresa.
“Temos
muito cuidado, principalmente, com a linguagem, para não gerar incômodo ou
desconforto durante os processos de entrevista. Sabemos que nosso país tem uma
cultura com palavras inapropriadas, o que vem mudando bastante, mas,
justamente, por isso, treinar, se preparar e ter a mente aberta são habilidades
que estamos constantemente praticando no recrutamento”, conta Karla.
A cultura
da companhia conta muito, por isso o alinhamento interno reflete no tratamento
com os públicos externos. Afinal, diversidade de padrões também pode trazer
diferentes frentes de sucesso corporativo. Entre as possibilidades técnicas
nesse sentido estão o “recrutamento às cegas” que foca essencialmente nas
habilidades do candidato a uma vaga de emprego.
“Temos que
focar no que a pessoa faz e entrega. Se a pessoa fala inglês fluente, sem
dúvida isso é o que a coloca numa posição avançada e com mais chance de ser
recrutada – sem desconsiderarmos que as pessoas começam de pontos diferentes na
sua jornada do colaborador. É necessário que toda a empresa esteja na mesma
sintonia, ou seja, desde a sua contratação, o colaborador ou colaboradora possa
se movimentar em um ambiente sem preconceitos. E, caso haja algum problema, que
o setor de Recursos Humanos tenha a iniciativa de conversar sobre a riqueza criativa
e de inovação de contar com pessoas diferentes”, diz Karla.
O
protagonismo na carreira e o acolhimento são peças-chave, o que converge com a
sua estratégia de negócio – gera valor tanto na atuação quanto nas entregas aos
clientes.
Thaiane
Santos lembra que o preconceito existe na sociedade, mas no seu ambiente de
trabalho atual não teve que enfrentar essa questão. “Falar sobre consciência
negra é fundamental, pois o mercado de trabalho ainda é excludente e são poucas
as empresas que têm um olhar social. A luta não vai acabar tão cedo”, afirma.
A
profissional vislumbra continuar crescendo na carreira, destacando seu objetivo
de apresentar diferenciais que aprimorem suas habilidades técnicas e
comportamentais. “Tenho um ótimo relacionamento interpessoal e acredito que é
sobre isso que estou falando: trabalhar em um ambiente agradável que
proporcione evolução, o que nos auxilia também a ter saúde mental”, avalia,
citando uma das principais preocupações da empresa com quem a integra.